Pra começar a gente tem que necessariamente terminar,
colocar um ponto final. E mais difícil que isso não sei o que pode ser. As vezes é por vontade, outras vezes por
necessidade, e mais outras vezes – as piores – é sem querer mesmo. Começar é
doloroso, é apreensivo, é não saber se vai dar certo, é se arriscar, é dar a
cara a tapa, é principalmente viver.. é
aprender a viver de novo, a viver diferente, a viver com você de novo, e as
vezes, só com você, de novo.
Acho que pra começar direito, pra começar bem, o primeiro passo
é fazer uma limpa nas gavetas, eliminar tudo! Tudo que não faz bem, tudo que
não presta, tudo que te faça lembrar do fim. Depois disso vem a preparação pra
começar de novo, aprender a gostar da nossa própria companhia, a recordar
exatamente aquilo que te fez falta nesse tempo sem ser só você. É lembrar de
como você gostava de terminar a noite assistindo um filme francês sozinha embaixo das cobertas. É lembrar de
como você passava horas pela internet procurando novos sons que te faziam
sentir alguma coisa. É lembrar de como te fazia falta sair a noite sem ter hora
pra voltar nem ninguém pra comunicar.
Mais ainda, começar é descobrir novos amores, novas paixões,
é se completar sozinha. É acabar percebendo como sair correndo no parque ao
lado da sua casa pode ocupar seu tempo, sua cabeça e te mudar. É perceber como
aquilo que você fez nos últimos quatro anos foi um ótimo aprendizado, mas não
te completou e não pode ser feito para o resto da sua vida. É perceber que você
tem alma empreendedora e que lidar com as pessoas pode ser sim sua paixão.
Começar é incrível, começar é se conhecer, cada dia um
pouquinho, de novo. É poder experimentar sem ter medo de errar, ou, mais provável,
com medo de errar, e por isso, ser ainda mais incrível. Hoje, depois de uns
meses de começo, de uns meses começando, só agradeço por ter terminado, e por
estar começando cada dia sem saber como ele vai terminar.
Hoje ele terminou com um blog!